quarta-feira, junho 30, 2004

Monte Velho Tinto 2003 - O calor do Alentejo. A extrema juventude e as insistentes arestas de adstringência impedem para já que se lhe descubra a alma. É um vinho pret-a-porter, com uma boa relação preço/qualidade.

terça-feira, junho 29, 2004

DFJ Alvarinho Chardonnay 2002 - Travo intenso e algo sofisticado, mas sem atingir a excelência. Poderoso, mais do que se espera de um branco. É um branco mestiço de tinto, sem acidez nem frescura.

Mayoral Syrah 2002 - Vinho de Jumilla, quente mas sem a alma profunda que se encontra habitualmente num syrah. Dito de outra forma, dócil e delicado.

Poças Quinta de Santa Bárbara, LBV 1999 - Porto másculo, com um impacto inicial que abala. Densidade envolvente, com muita adstringência que o arrefecimento atenua. O travo de maçãs bravo de esmolfe domina e permance, mesmo com decantação e abertura antecipada. Já se bebe com muito agrado, mas pode também guardar-se.

domingo, junho 20, 2004

ATÉ OS BEBEMOS, CARAGO! - Em dia de jogo sofrido contra Espanha, a escolha do LP, de um Carchelo Crianza 1998 (um Jumilla de 13,5º), foi acertada. Antes da saída para a rua, para os festejos, o aroma estava portentoso e a densidade era sofisticada. Depois da agitação, com as bandeiras e as buzinadelas, ficou o travo másculo, mui señorito e digno. Buen vino.
Finca Flichman Syrah 2002 - Um vinho de verão não deveria ter 14,5º nem ser consistente e espesso. Este, porém, produzido na região de Mendoza, Argentina, para syrah é light. Arrefecido e sem acompanhamento vai bem em qualquer esplanada. É muito mais sofisticado que uma cerveja e não tem os inconvenientes de outras bebidas mais alcoolizadas.

Señorio de Subiela 2002 – Apesar de ser um rosado , navarro, não é aguado e é algo seco. É liso e não tem os sobressaltos e as irregularidades habituais num rosé. Se eu fosse o Pedro Tochas diria que é um rosé mesmo para quem não gosta de rosé.

Alambre 1999 – Moscatel de Setúbal. Se estiver geladinho, é uma sobremesa muito agradável. Equilíbrio fantástico entre o travo frutado e doce e a intensidade alcoólica.

sábado, junho 12, 2004

Quinta do Encontro, 2001 – Um espumante da Bairrada bruto, no tipo, mas muito polido no trato. Equilibrado e delicado. É o espumante da casa na Quinta da Belavista. O chefe Vítor Sobral não brinca em serviço.

Rogenda Branco 2001 – Tem aquilo que mais se espera de um branco de verão: frescura (vem do viosinho). Mas não concede na sofisticação (também tem malvasia fino) e no toque moderno (do chardonnay, claro, e do estágio nas barricas novas de carvalho francês), bem assumido pelos 13,3 grauzitos.

Dolium, Reserva Tinto 2000 – Regional Alentejano, quente e envolvente. Não deixa espaço livre na boca. Depois de bebido, arrasta-se até ao palato com a tranquilidade de uma tarde à sombra de uma azinheira.

Porto Poças Vintage 1996 – É o ano do nascimento do Francisco e a primeira comunhão justificava o desfalque ao pecúlio que ele ainda desconhece. Vinho elegante e sofisticado. Madura consistência, no ponto. Para ser bebido. Quando o Francisco receber o que sobra do resto da caixa, salva-se a data impressa.

Veritas Meritage 2002 – Tinto da Virgínia (o que confirma que há vinhos decentes na costa leste da América do Norte). Este, é adocicado e delicado. Se quente, impregna-se e cola. Frio, os taninos sobressaem e fica mais sério.

Palácio de Bornos, Verdejo, Rueda, 2002 – É vegetal e voluptuoso, algo amanteigado. Deve beber-se só, sem acompanhamento, porque gosta de ser protagonista e não deixa espaços em branco.

Vinha Conchas, Regional Estremadura 2003 – Tinto de estilo moderno, prontinho a beber. Apela a fruta quente que enche a boca, com taninos equilibrados, para a idade. Por 3 € está bem.

sábado, junho 05, 2004

Marques de Arienzo, Rioja Crianza - Apesar dos 13 graus, é um Domecq de verão, ligeiro e pouco sofisticado. Aguenta bem a evolução da temperatura exterior, desde que é servido, mantendo-se agradável (o que nesta altura do ano não é despiciendo). Personalidade marcada mas não de forma a ser incompatível com as descontraídas tapas do Lizarran.

Taylors LBV 1999 - A matriz deste novo LBV da casa que inventou a ideia, há mais de trinta anos, já não surpreende. É coerente com os anteriores e consistente (e, há que dizê-lo com toda a frontalidade, convincente). Equilibrado e harmonioso, não consegui encontrar nenhum reparo para lhe fazer.
Valduero, Reserva 96 - Um ribera del duero de aroma intensíssimo. É, talvez, aquilo que mais chama a atenção. O corpo é mais curto, dura menos. Não obstante, é rico e muito composto, sem arestas.

Vallado Tinto 2000 - Quando se apercebe o aroma, muito achocolatado, parece estar-se perante um porto. No geral, este vinho é um proto-porto, com 14,5 graus e uma enorme potência intrínseca. É da categoria José Mourinho : não estamos preparados para um perfil deste tipo.