quinta-feira, dezembro 30, 2004

Loureiro Pingo Doce 2003
Da casa que faz o Ameal. Verde branco ligeiro e muito fresco, sedoso e delicado. Ar de verão, que pode apelar a comida de verão. Retemperador, no interlúdio das festas de inverno.

Loureiro 2003
Da Adega Cooperativa de Ponte de Lima. Um pouco agressivo e agridoce a mais. Rude, do campo. Como os lenhadores.

Cortes de Cima 2000
Aroma intensíssimo de fruta vermelha, que acompanha o travo alongado, muito frutado. Grande vivacidade. Vinho moderno e muito dinâmico.

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Santa Valha 2003
Tinto VQPRD Valpaços, já anteriormente aqui referido. 14,5º de corpulência. Será a retoma (fora da Adega Cooperativa) da tradição nobre dos vinhos de Valpaços? Este, ainda terá que esperar algum tempo para revelar a sua dimensão.

Pera Manca Branco 2001
Nunca demais repetir. Aroma incisivo. Irrepreensível concerto de equilíbrio e harmonia.

Solar de la Vega Verdejo 2003
Grande aroma de maracujá, que se prolonga na boca, num travo de marcada fruta, em que a doçura está bem dimensionada com a acidez. Está no ponto.

Confrerie des Gourmets Bordeaux 1998
Palhete franciú, sem consistência nem especificidades que mereçam nota. Se os estrangeiros não tivessem, por imposição do fado lusitano e pela natureza das coisas, privilégios óbvios em Portugal, este tinto não se beberia.

Albariño Dionisos Rias Baixas 2002
Algo verdasco e rude. Mas óptimo no género, com bom pico de acidez fresca e gorda

sábado, dezembro 25, 2004

Reserva ACR 2001
Tinto potente, de 14º. Vinho de grande elegância. Forte e quente, rico de sabores e travo muito adstringente. Foi excelentemente com um cabrito no forno.

Reserva Especial Ferreirinha 1990
Por falar em cabrito no forno, este clássico foi ainda melhor. Mineral e linear. Acutilante, de grande elevação. Óptimo.

Montes Ermos Reserva 2001
Vinoso e agreste, este tinto de Freixo-de-Espada-à-Cinta está talvez ainda um pouco verde e adstringente.

Casa do Arco 1990
Equilíbrio entre o carácter mineral, do “terroir” e a corpulência da terra quente transmontana. Resultado elegante. O segredo deste vinho está em abrí-lo no dia anterior, para que respire. Talvez tenha sido o último moicano da Adega Cooperativa de Valpaços.

Quinta de Santa Bárbara Porto Tawny Colheita 1986
Muita madeira e nobreza. Registo tradicional, de caramelo e canela. Back to basics, mas muito agradável.

Quinta de Santa Bárbara LBV 1999
Cerejas maduras, em vinho muito estruturado.

Ramos Pinto LBV 1997
Porto não filtrado e portanto perigoso, pelas consequências. Pelas mesmas razões é muito rico e substancial. Travo de chocolate, algo picante. Vivaço e intenso. Bom vinho.

Dom Salvador Alvarinho 2003
Muito aromático, de travo rico. Honesto, sem concessões, embora não chegue a ser exuberante.

Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2003
Branco freco e acutilante. Só revelará a sua riqueza a uma temperatura menos fria.

Encostas do Rabaçal Trincadeira Preta 2002
Vinho modernaço, da escola Joanne Harris, porque tem travo de batatas cruas e, eventualmente, nabo. 14,5º!

Encostas do Rabaçal Touriga Franca 2002
Chocolate preto, sem açúcar, tipo Celeiro. Algum mofo, também. Talvez fosse da garrafa.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Meandro 2002
Tinto do Douro, que não esconde a origem terrosa. É másculo, de personalidade muito segura de si. Adstringência intensa. Ainda é muito novo. A beber-se já, deve ser decantado e arejar um pouco em copo largo. Podendo, deixe-se envelhecer. Ganha com comida (LP dixit e muito bem dito).

Síbio Vintage 1970
Este porto da Real Companhia Vinícola do Norte de Portugal tem um aroma pujante, mas muito delicado. Revela uma harmonia muito doce e nobre, com forte mas delicado travo de caramelo. Desenterrado do passado, é um vinho de outra dimensão.

Quinta de Cabriz Reserva 2000
Delicadeza e equilíbrio enérgico. Polpa fresca e rica.


quinta-feira, dezembro 09, 2004

Quinta do Vale Meão 2002
As castas, são das mais tradicionais no Douro: tourigas (nacional e franca) e tintas (roriz e barroca). O perfil é o de um genuíno Douro. É agreste e musculado. Nada quente ou preguiçoso. É muito afirmativo e tem grande personalidade, que vai deixando demoradamente na boca. Rico de sabores, mais que de aromas. Deve repousar antes de ser servido.

Esporão Branco Reserva 2003
Muita madeira, num corpo gordo. Travo intenso e pujante.

Francisco Nunes Garcia Reserva 2001
Chocolate amargo no estado líquido. Grande sofisticação e elegância. Vinho de excelência.

Vinha Grande 2001
Aroma muito jovem e másculo. Em geral, este é o tom deste vinho: verde e adstringente.

Pêra Manca Branco 2002

É um risco dizê-lo, mas é o melhor branco até agora aqui blogado, concedendo que quando o nível é o da excelência o critério está no gosto de quem prova. Compará-lo com o Redoma, por exemplo, é igual a perguntar se é melhor ir de férias para o campo ou para a montanha. Garrafa nº 26.731, que curiosamente ganhou com um ligeiro arejamento. A nobreza esmaga (ou serão os 14%?). Harmonioso e irrepreensível. Que elegância e sofisticação!

Marquês de Borba tinto 2003
Os 13,5% notam-se no corpo e no vigor. Rico no sabor e vivaço. Talvez venha a tornar-se mais delicado com o tempo. Exige acompanhamento de comida condimentada.

segunda-feira, novembro 29, 2004

Penfolds Koonunga Hill Chardonnay Vintage 2001
Há quem inclua os chardonnay australianos nos melhores do mundo. Este, é óptimo. Tem um equilíbrio assombroso entre a frescura e o sabor. O seu corpo consistente torna-o num excelente vinho para beber sem acompanhamento.

Encostas do Tua Grande Escolha 2000
A juventude ainda o marca muito. Por isso, é enorme a sua adstringência explosiva que ainda não deixa aperceber os sabores que após a maturação que lhe falta revelarão um seguramente excelente vinho.

sexta-feira, novembro 26, 2004

Quinta de La Rosa Tinto 2002
Incisivo e saltitante. Vai melhorar, porque ainda está um pouco adstringente.

domingo, novembro 21, 2004

Que vinho para um caril de gambas, de intensos sabores e muito picante?

Cabeça de Burro Branco 2003
Para beber estupidamente frio, como aperitivo. Vai bem só. Melhor que acompanhado.

Luís Pato Rosé Baga 2003
Definitivamente, os melhores vinhos rosé que se produzem são os feitos a partir de castas tintas. É o caso deste, que tem consistência e corpo pouco habituais num vinho descolorido. Fruta madura. Talvez maçãs. Muito agradável.

Noval LBV 1996
A velha escola do vinho do Porto. Poderoso, com travo de bagas silvestres. Sofisticado e delicado. Acetinado, apud LP.

sábado, novembro 20, 2004

JP Tinto
Regional Terras do Sado, que poderia figurar com destaque num “comparativo de vinhos de self-service de auto-estrada em meia garrafa sem data”. Noutras circunstâncias não se beberia, mas não é mau. É assim tipo automóvel citadino: vai servindo para o dia a dia e tem a enorme vantagem do preço

terça-feira, novembro 16, 2004

Tapada do Barão Reserva 2001
Tinto licoroso e delicado, mas sem conceder na robustez.

terça-feira, novembro 09, 2004

Encontro com os Vinhos e Sabores
(provas em contra-relógio)

Gazela
Verde fresco e doce. Carnudo e, se muito frio, um agradável aperitivo.

Quinta do Ameal Escolha 2003
Verde branco, muito floral. Sem arestas. Aprazível.

Barcelo 2003
A Quinta das Maias decidiu recuperar uma velha e quase extinta casta do Dão. Vale pela curiosa raridade. Na sua essência, não consegue deixar de ser um modesto produto regional.

Muros Antigos Alvarinho 2004
Prova preliminar da segunda escolha dos Muros de Melgaço. A tenra idade dá-lhe mais frescura do que é hábito em alvarinhos. É também mais frutado, o que se anota com agrado. Dizia o LP – concordo – que, sem desprimor, faz recordar os albarinõs da Galiza.

Casa da Palmeira 2001
Tinto do Douro, acre e um pouco agressivo.

Grand’ Art Alicante Bouschet 2003
Com 14 %, este vinho espesso tem travo dominante de chocolate, com notas de frutos silvestres – amoras, talvez. Mas ainda tem algum percurso a fazer até perder a adstringência e ganhar delicadeza.

Grand’ Art Trincadeira 2003
É menos alcoólico (13,5) que o Alicante Bouschet e já se nota muito mais bebível. Enche a boca de taninos e sofisticação. Grande vinho.

Esporão Touriga Nacional 2002
Sinfonia poderosa (15%), sem notas dissonantes ou desafinações. Não tem defeitos.

Esporão Private Selection 2001
Tinto apimentado e adstringente. Já é distinto, mesmo de excelência, mas ainda vai evoluir. 14,5%.

Rovisco Pais Reserva 2001
Castelão Francês, acre e ácido. Poderia qualificar-se como um vinho terra a terra.

Bridão Reserva 2001
Apesar de ser musculado (14% de teor alcoólico), é delicado.

Tapada de Coelheiros 2001
Grande aroma, mas travo muito agreste.

Monte Seis Reis Syrah 2003
Força e corpo.

Herdade de São Miguel 2003
Regional alentejano, quente e envolvente. 13,5 % de teor alcoólico.

Cistus Touriga Nacional 2002
Cistus Tinta Roriz 2002

Dois belos néctares para envelhecer.

Herdade do Perdigão Reserva 2000
Tinto mediano.

Quinta do Portal Grande Reserva 2000
Douro rico, com boa personalidade.

Quinta do Portal LBV 1995
Porto com travo de chocolate picante, muito intenso, o que espanta num vinho com esta idade.

Fonseca Vintage 1985
Porto de excelência, acutilante e incisivo.

domingo, novembro 07, 2004

Vinha Paz 2002
Tinto do Dão, com 13,6º. Imensa densidade. O oposto de aquoso. Deixa uma marca estável e constante, desde o início da prova.

Fiúza Rosé 2003
Aguado. Os seus poucos aromas são anulados por um incomodativo travo sulfuroso.

sábado, novembro 06, 2004

À procura do melhor produzido em Portugal

Poeira 2002
No início, numa primeira impressão, surge uma potente e descontrolada explosão de sensações. Depois, fica uma grande elegância no comportamento na boca. A seguir, impressiona a riqueza de sabores e o final persistente. 13,6º. Belíssimo. Ao melhor nível.

Quinta de Vale Meão 2002
O aroma, no nariz, é intensíssimo, mas na boca nota-se que os portentosos sabores (14,5%) ainda estão em crescimento. Já é muito agradável, mas em garrafa melhorará muito. Vai ser um vinho de excepção.

Quinta do Noval LBV 1996
Muito agradável e rico.

quarta-feira, novembro 03, 2004

Montado Tinto 2003
Regional Alentejano (JM da Fonseca) fresco e nervoso, quase saltitante. Talvez um pouco adocicado e com falta de acidez. Depois de arejar, acalma e sedimenta sabores de fruta fresca. Talvez seja o primeiro tinto de gaja de um futuro comparativo.

Vinho da Casa Cantinho Regional Serra da Estrela
Dão de 2001 de 12 grauzitos mal espremidos. Duro, muito duro.

domingo, outubro 24, 2004

Quinta da Aveleda 2002
Branco liso, com apenas ligeira agulha. Perfeitamente urbano e delicado. Quase hermafrodita. Foi bem com melão com presunto.

Cerejeiras 2002
Branco Regional Extremadura da zona do Bombarral. Típico vinho da terra, com corpo carnudo a recordar ameixas. Deu consistência a umas ameijoas à Bulhão Pato pequenas e saboras.

terça-feira, outubro 19, 2004

Quinta do Crasto, Reserva 1999
Aroma intenso, a denunciar madeira. Travo agudo, estruturado e consistente. Este tinto, à antiga portuguesa, é um vinho sofisticado mas não esconde que a sua faceta predominante é a de vinho de tradição. Dará seguramente grande luta a um canard à lp.

segunda-feira, outubro 18, 2004

José de Sousa 2001
Regional Alentejano segundo J M da Fonseca. Moderno, mas de raiz tradicional (parcialmente fermentado em barro). Além de trincadeira e de aragonês, é feito de Grand Noir. Será por isso que é mais urbano e profissional (custa-me – e não merece -, chamar-lhe cinzentão…).

Quinta dos Aciprestes tinto 2001
Aroma rico, intenso e elegante. Travo musculado, talvez mais modesto que o aroma, mas ainda assim corpulento, a dar bem conta dos 14 graus. É jovem e cheio de pujança. Exigirá, por isso, decantação, para que os sabores se libertem das névoas próprias de um vinho novo.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Solar de la Vega Verdejo 2003
Branco de Rueda, com aroma e travo de maracujá, dizia o LP e eu subscrevo inteiramente. Esta intensidade tropical, fresca e sedosa, é difícil de combinar com comida. Mais valerá bebê-lo sem acompanhamento (mas, como sempre, ganhará se for bebido com companhia – tropical, maracujá, calor, ‘tá a ver?…) e perfila-se como um excelente aperitivo.

Quinta das Maias Verdelho 2000
Envelheceu e ganhou travo de pastilha elástica. Não sei se de amora silvestre, se de clorofila. Corresponde à velha ideia do branco velho tinto e geropiga (com peixe frito).

segunda-feira, outubro 11, 2004

Quinta de Cabriz Reserva 2000
Tinto delicado e nada rude, mas determinado. Sofisticado e com carácter, que não esconde a proveniência do Dão. Apesar disso, tem corpo moderno.

Quinta da Alorna Chardonnay 2003
A potência alcoólica (14%) não se apercebe e não prejudica minimamente a suavidade acetinada deste vinho tão agradável como insidioso.

domingo, outubro 10, 2004

Comparativo Soalheiro 2000, 2001, 2002 e 2003
Prova comparativa vertical de quatro alvarinhos do mesmo produtor, de quatro colheitas consecutivas. O objectivo era verificar a evolução da maturação e a longevidade. A prova foi rigorosamente cega, mas a cor e, sobretudo, o travo muito diferenciado dos vinhos, permitiram ao painel especial de provadores identificar facilmente qual era qual.
2000
Muito suave (St), nobre e velho, com grande dignidade (PV). Perdeu timbre, porque algumas das suas originais características já estão ténues (CBX). Apesar disso, continua fresco, complexo e harmonioso, embora seja claro que perdeu força e está já em declínio (LP). Está passado (A).
2001
Pouco doce (CBX), mas complexo (St). Está no ponto (LP), embora seja pouco fresco e algo seco, talvez mesmo acre (PV). Sabe a rolha (A).
2002
É o mais equilibrado do painel (CBX), com boa composição de sabores (St). Grande aroma, a prenunciar o, sem dúvida, mais complexo e intenso dos vinho provados, com um longo final (LP). Atingiu o ponto máximo da sofisticação (PV). Picante, talvez borbulhante, como se tivesse adicionada gasosa (A).
2003
Aroma exuberante, talvez reminiscência dos albariños galegos (LP), acidez equilibrada (St), leve e frutado (CBX), embora ainda verde, com caminho a percorrer, indo melhorar (PV). É o melhor do painel (A).

sábado, outubro 09, 2004

Cabeça de Burro Reserva 1999
Tinto mineral, com prestação cinzenta. Parece um produto industrial germânico: é bem feito e não merece reparos no que respeita à qualidade intrinseca, mas não tem espírito nem graça. Na era de criatividade enológica que se vive, este tipo de vinho não vai sobreviver.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Hacienda Monasterio 1999
Este tinto da Ribera del Duero tem 14% de teor alcoólico. Não denuncia o álcool nem a idade, tendo um aroma jovem e vigoroso, que fica no copo até ao fim. O travo é consistente, ligeiramente adstringente e intenso. Canta na boca e ecoa no peito, largando pelo caminho um rasto persistente de aromas.

segunda-feira, outubro 04, 2004

Juliana Tinto 2003
O nome é o da mãe de Maria Adília, a produtora, muito sensibilizada para os assuntos relacionados com os doentes de Alzheimer. Aliás, segundo o contra rótulo, parte dos proventos resultantes da venda são encaminhados para a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer. Sendo um Douro, é engarrafado na Maia.
O travo é de fruta ainda não madura. É novo e melhorará com algum tempo.
É um VQPRD Via Norte, dizia o Fernandinho. Segundo o Maestro, foi a relva de um bom terreno de jogo, em que os futebolistas foram os queijos, mas estará melhor por altura do baptizado do segundo filho da Susana e do Nuno. Belo recorte de prosa, resultado de uma correcta leitura do entrosamento do líquido, concluiria G. Alves.

domingo, outubro 03, 2004

Santa Valha Tinto 2003
É o primeiro VQPRD Valpaços não produzido pela Adega Cooperativa (foi feito na Quinta do Sobreiró de Cima). É robusto e musculado (14,5%). Travo de maçãs camoesas. É ainda um pouco palpitante, por ser novo e talvez lhe faça falta repousar um ano ou dois. Mas já se bebe com agrado.

Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2001
Tinto policromado, com um óptimo impacto inicial. Após algum tempo no copo, o espírito vai fugindo e termina num final acre.

LBV Pingo Doce 1997
Não será muito complexo mas, sem pretensões, é suficientemente rico, suave e delicado.

sábado, outubro 02, 2004

Adega de Pegões, Branco, Colheita Seleccionada 2003
Equilíbrio muito consistente de sabores ricos variados.

Couteiro Mor Antão Vaz 2003
Adocicado, sem ser desagradável.

Couteiro Mor Tinto Colheita Seleccionada 2001
Potente mas delicado, enche a boca e deixa atrás de si um esteira final com personalidade.

Quinta da Alorna Cabernet Sauvignon Reserva 2001
Clássico travo de cabernet, com sabor a terra.

quinta-feira, setembro 30, 2004

Quinta da Romeira - Chardonnay e Arinto 2002
A combinação da acidez do arinto com o travo amanteigado da casta francesa está bem equilibrada. Tem corpo suficiente e agradável, mas no final é curto. É macio e delicado, apesar dos seus 13% de teor alcoólico - torna-se por isto insidioso. Enfim, é um vinho geneticamente feminino ou, se me é permitido, um verdadeiro vinho de gaja.

sábado, setembro 25, 2004

Comparativo Virgílio Loureiro
(Prova intensiva, a propósito do 8º aniversário das Coisas do Arco do Vinho)

Cruz Miranda Colheita Seleccionada 2001
É o raro caso de um varietal de alfrocheiro, produzido no Alentejo. O resultado é óptimo. Aroma muito efusivo, que se expande persistentemente. O travo, recorda a terra fresca, depois das primeiras chuvas de Outuno. A estrutura é harmoniosa e complexa. O final é longo e intenso.

Caves São Domingos Cabernet 2000
Irrepreensível. Denso e complexo. A adstringência arrasta-se pelo final.

Caves São Domingos Touriga Nacional e Baga 2001
DOC Bairrada, que terá que ser decantado e agradecerá um copo largo. Uma vez aberto, é liso e linear, mas rico e consistente.

Granja dos Frades 2003
Branco à antiga, com 13% de teor alcoólico. Denuncia o carvalho onde estagiou, embora por si mesmo já seja vegetal e substancial. Algo acidulado. O seu enólogo não revela as castas que o compõem (são duas, numa relação de 7/3). Aceitam-se apostas. Arinto? É provável. Chardonnay não parece. Alvarinho, dizia o LP.

Caves São Domingos Bical e Maria Gomes 2000 e
Caves São Domingos Bical e Maria Gomes 2002.
Este bi-varietal, à antiga bairradina, recupera a tradição do branco velho. O vinho tem que amadurecer. E, mesmo maduro, deve decantar-se, para que liberte a sua rudeza. Por isso, o 2000 era agradável e o 2002 ainda está agreste. O 2000, após decantação, é nobre e solene, mas deve ser mantido em temperatura baixa, para que o seu delicado verniz não estale. Vantagem para o 2002, na vivacidade.

sexta-feira, setembro 24, 2004

Terras do Pó 2003
Este tinto, Terras do Sado, passado que está o verão e provados que vão uns quantos vinhos franceses, faz mais diferença, pelas suas características específicas, comuns a outros vinhos da região. Mas também se afirma mais como uma boa relação preço/qualidade. Insisto que deve beber-se bastante frio.

quinta-feira, setembro 23, 2004

Quinta da Alorna Reserva 2002
O chardonnay marca o carácter, sem enjoar nem se evidenciar de mais. O arinto, dá-lhe corpo e riqueza. Sofisticado e muito agradável.

quarta-feira, setembro 22, 2004

Fattoria di Campigiana Chianti 2000
Este tipo de vinho, já se sabe, bebe-se leve, levemente. Fresco, é mesmo agradável. Os 12º são ligeiros, mas apesar disso revelam alguma personalidade e substância. Se houvesse vinho no Mc Donalds, seria deste tipo.

Jacob´s Creek Shiraz Cabernet Vintage 2001
Muito nome para pouco vinho. De Barossa Valley, South Austrália, este tinto é algo picante e nervoso. Tem uma personalidade rugosa, do Novo Mundo. No Corte Inglês, onde foi comprado, dir-se-ia dele que esta bien. E não mais.

segunda-feira, setembro 20, 2004

Terra Franca Branco 2003
Regional Beiras da Sogrape. Bem feito e civilizado, mas sem grandes rasgos de criatividade ou génio. E é tudo.

sábado, setembro 18, 2004

Dólmen Tinto 1989
Após meados da década de 1980, a Adega Cooperativa de Valpaços deixou-se decair. Já se tem dito por aqui que os seus vinhos já tiveram melhores dias. Agora, até o Berto, velho conhecido free-lancer da agro-indústria local, concede que este líquido algo sulfuroso (apesar da idade) e acre, já “enfraqueceu”.

sexta-feira, setembro 17, 2004

(já com acentos mas ainda com acento.)
Château Tour Saint-Christophe 2001
Este AOC Médoc tem uma grande (enorme) adstringência, que esconde algum travo de groselhas. É um daqueles tintos clássicos de Bordeaux que deveria ser bebido mais envelhecido.

Domaine Allimant-Laugner Brut
Espumante francês, não champagne, produzido ao lado, na zona de denominação de origem (AOC) “Crémant d’ Alsace”. Talvez por isso seja demasiado gasoso e, mais que bruto, um pouco rude e agreste. Bem frio, aguenta-se até ao segundo copo.

Château La Croix du Duc 2000
Eis um tinto Bordeaux Supérieur claramente da era pós-Parker: 13% de teor alcóolico; manifesta alguma complexidade. Apesar disso, ainda se fica pelo impacto inicial, porque não tem notas finais. A não ser as dos taninos, muito marcantes.

quinta-feira, setembro 16, 2004

(ainda sem acentos, mas ja sem a colega do lado...)
Riesling da casa - Taverne de Maitre Kanter de Strasbourg
Grande acidez, com algum travo herbaceo. Apesar disso fica harmonioso, envolvente e agradavel se for servido em copos largos (sera o caso daqueles copos tradicionais da Alsacia, com pe verde, especificos para este tipo de vinho).

Bouquet du Comtat
AOC Cotes du Rhone. Tinto delicado e adocicado, nao muito consistente. No final, porem, revela alguma adstringencia complexa, que permanece, deixando algum travo de fruta madura. Este vinho e mais do sol que do sul.

quarta-feira, setembro 15, 2004

(sem acentos nem cedilhas, pelas razoes que se sabem.
PS: ao lado esta uma colega romena, com os olhos azuis mais bonitos que se podem encontrar numa cigana...)

Louis Eschenauer Merlot 2003

Tinto do Pays d' Oc, de baixa graduacao muito jovem e cheio de vigor. Travo de amoras frescas, pouco maduras. Novo, deve beber-se um pouco fresco. para a Air France nao esta mal.

Les Hauts de Goelane
Outro tinto, agora AOC Bordeaux. Clarete tradicional, a antiga bordalesa. Algo taninoso, no inicio denuncia um pouco a madeira, que lhe da alguma complexidade, que depois de arejar perde.

quinta-feira, setembro 09, 2004

Pintia 2001
Tinto espanhol da região de Toro. Frio, revela um grande aroma e delicadeza subtil. Quando aquece, os 14,7% manifestam-se, colam-se ao palato e o vinho torna-se potente e arrasador. É um vinho de tradição.

Vinha Paz 2002
Tinto do Dão, àspero, a saber a Beira Alta. Consistente e denso, carnudo, de aroma cheio.

Alvarinho Deu la Deu 2002
Ao contrário do que se previa, a acidez já acusa tempo a mais. Foi domesticada mas, embora já sem fogosidade, ainda se contrapõe com equilíbrio ao travo adocicado.

Quinta da Gaivosa 1999
Douro tinto à antiga. Tradicional, muito bem feito, sem reparos. Acutilante e adstringente, picante na medida certa.


sábado, setembro 04, 2004

Dom Martinho 2002
Um número dois é um número dois. E este tinto de segunda linha da Quinta do Carmo é honesto, é certo, mas apresenta-se muito mais modesto do que se esperava.

terça-feira, agosto 31, 2004

Quinta do Ermígio 2003
Verde, branco. Muito frutado, citrino. Fresco e muito apetecível.

Verde da Quinta de Esporões.
Tinto do ano, colhido pelo caseiro. Espuma abundante a anunciar o gás e a pastosidade. Deixa bastante resíduos no copo, não ficando dúvidas quanto à ressaca que se verificará.

Porto da Pipa Particular dos Confrades
Com origem na Quinta do Portal, este vinho de 2000 foi engarrafado por ocasião dos 15ºs Encontros Enológicos do Norte de Portugal, em Janeiro de 2004. É suave e delicado. Equilibrado e com carácter.

domingo, agosto 29, 2004

Porto Noval LBV 1998
Não é corpulento nem possante, mas é muito elegante. Forte travo a chocolate. Se for bebido a uma temperatura baixa, revela-se mais denso, sofisticado, espesso e complexo. Um Porto fantástico e irresistível.

sábado, agosto 28, 2004

Comparativo Vinhos de Gaja
Brancos, da zona de Palmela, Terras do Sado ou Ribatejo, simples e de interpretação fácil. Pouco exigentes e de travo consensual.

Companhia das Lezírias Fernão Pires 2003
Herbáceo e intenso, consistente e másculo (tem 13 grauzitos). É um monocasta, bem feito e equilibrado. Adequado, se a companhia está mais interessada em alargar o seu conhecimento sobre o vinho do que sobre quem lho oferece. Portanto, sendo vinho de gaja, é para amigas.

Serras de Azeitão 2003
Ligeiro, ligeirinho, mas está lá. Muito fresco. Flores e fruta tropical, dizia o rótulo, consequência natural do Fernão Pires e do Moscatel. Não é leviano. Será portanto adequado se a companhia já ouviu falar do tema, está familiarizada com a linguagem e já tem bebido uns copitos, mas apesar disso ainda só tem como único critério o vinho ser bom ou mau. Neste contexto parece ser de toda a conveniência, previamente, decorar as castas e antecipar a opinião sobre o travo.

BSE 2003
A mistura das castas (fernão pires, antão vaz e arinto) dá-lhe garra. O vinho tem muita fruta e corpo equilibrado. Não prescinde de uma temperatura muito baixa, uma vez que quando aquece fica acre. O rótulo diz “apreciar moderadamente em boa companhia”. É, evidentemente, uma dica a aproveitar. E ficam dissipadas as dúvidas sobre as razões que levaram a incluir este vinho neste painel. Além do mais, em caso de tampa, salva-se o vinho.

João Pires 2003
And the winner is… O vinho de gaja por excelência!
Todo ele de moscatel de Setúbal. Sabe a uvas, em forma líquida. Até chateia, de tão doce. Parece um Asti (se se ler Ice Tea, dá igual…). Use-se, se a companhia não bebe habitualmente e estava a pensar pedir uma Coca-Cola Light.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Poças LBV 1998
Embora discreto, este Porto não é um vinho menor. Muita fruta e aquele ligeiro picante que deixa rasto na garganta. Decante-se, ou deixe-se arejar e verificar-se-à que ganhará corpo e espírito.

Fonte da Serrana 2002
Tinto do Alentejo, musculado e com carácter mas, embora honrado, de modesta dimensão.

quinta-feira, agosto 26, 2004

Porto Poças Colheita 1991
Vinho da velha escola, muito picante e prolongado. É clara e assumidamente um vinho fortificado de carácter correspondente ao seu tipo.

domingo, agosto 22, 2004

Henriques e Henriques, Madeira Meio Doce
Típico Madeira, com formato tradicional. Travo de madeira velha e de fruta muito madura. Não visa grandes voos mas cumpre bem a sua finalidade de sobremesa.

sábado, agosto 21, 2004

NOITE DE ESTRELAS.
CARM Praemium 2000

Tinto de nariz cheio e penetrante. Sabor picante e amargo. Vinho de nível superior.

Chryseia 2001
Travo de baunilha, ligeiramente ácido, que lhe dá agressividade e carácter. Mastigável e denso. Tinto de excepção.

Real Companhia Velha Vintage 1997.
Porto harmonioso e muito equilibrado. Grande impacto inicial. A boca fica cheia, mais de sensações do que de sabores concretamente identificados. Algo de picante. LP dizia figos. Talvez tenha sido o melhor Porto da temporada de verão no Carvoeiro.

sexta-feira, agosto 20, 2004

Cabeça de Burro Reserva 1999
Tinto à antiga portuguesa. Sabe a tradição e recorda o ambiente das adegas do Douro. Transparente e cristalino, acusa notas de couro.

Porto Krohn LBV 1999
Ligeiro e estival, descomprometido e informal. É equilibrado e harmonioso.
Pontuação
LP: 16
F: 15,5
Manuel: 14
PV: 16

quinta-feira, agosto 19, 2004

Vila Santa 2000
Tinto de João Portugal Ramos, com teor alcoólico de 13,5º. Alentejano da velha escola. Boca cheia de sabores bem sedimentados, que disparam em todos os sentidos.

Encostas do Rabaçal Touriga Franca 2002
Os varietais da Adega Cooperativa de Valpaços são muito quentes e alcoolizados. Este tem 14º. É picante e telúrico, grosso e espesso. Parece um vinho fortificado. Vai bem só e, dir-se-ia mesmo, dispensa companhia.

Blandy´s Harvest 1996 (Malmsey, Madeira)
Aroma distinto e sofisticado, a que corresponde um travo nobre e solene. Algo de canela e caramelo. Tradicional q.b., sem desmerecer. Encerrará adequadamente repasto de cerimónia.

quarta-feira, agosto 18, 2004

Companhia das Lezírias Fernão Pires 2003
Feminino e intensamente adocicado. Muito floral e colorido. Delicodoce. Não fora este um blog sério e dir-se-ia que este é um "vinho de gajas".

terça-feira, agosto 17, 2004

Comparativo Txakoli
Evidentemente, todos eles vinhos brancos, produzidos no País Basco Espanhol.
Sónia, a simpática balconista da loja de produtos regionais Basendere, em Bilbao, preferia o Gorrondona.

Basigo´ko Basetxea
10,5º. Produzido em Basigo de Bakio, Bilbao (D.O. Biskaiko Txakolina).
Mais floral que frutado e fresco. Um pico de gás, quase imperceptível. Densidade de açúcar certa, que o torna menos leviano que outros.

Xarmant
11,5º. Produzido em Alava (D.O. Arabako Txakolina).
A garrafa tem uma decoração exuberante e criativa, condizente com o sabor celta, a maçãs de casca verde, muito maduras. Como tem muita polpa, este vinho não é fresco. Vai bem com tapas do mar (de peixe, mariscos ou crustáceos).

Gorrondona
11,5º. Produzido em Bakio, Bilbao (D.O. Biskaiko Txakolina).
Fresco e liso. Suave e delicado, podendo ser cosmopolita. Simples e agradável. Mas nada mais.

segunda-feira, agosto 16, 2004

La Trappe Quadrupel
Marcadamente ambrée, com espuma persistente, esta cerveja belga, produzida na fronteiriça abadia holandesa de Koningshoeven, tem 10º. É robusta e corpulenta, como os monges que a fazem. Apesar disso, é suave e delicada (talvez mesmo insidiosa…) e o teor alcoólico só se nota depois.

quinta-feira, agosto 12, 2004

Castillo de Paniza 2003
Tinto de Cariñena, com 13 graus. É jovem e irrequieto, com travo muito amargo e adstringente, a sugerir avelãs e fruta verde.

Coto Haias, 2003
Outro tinto moderno, de Campo de Borja, também com 13 graus. Menos sofisticado e carnudo, sabe a fruta vermelha.

Castillo de Soldepeñas
Um Valdepeñas de self-service de autoestrada. Nem tem data. Adstringente como a casca de um melão. Apesar disso, equilibrado e bem feito, sem defeitos, mas também sem grandes virtudes. Fresquinho, foi agradável.

quinta-feira, agosto 05, 2004

E.A Tinto 2002
Regional alentejano, da Fundação Eugénio de Almeida. Frescura e juventude. Predomínio grande do sabor a uvas. Quente como a terra onde foi colhido. Adstringência muito presente, mas certa para uma refeição de pratos tradicionais do sul.

Martinez LBV 1997
Boca muito agradável e preenchida. Taninos bastante domesticados e dóceis. O picante deste Porto arrasta-se tranquilamente num final incisivo.

quarta-feira, agosto 04, 2004

Vinho Fino (de Garrafão)
Este Porto foi ofertado, num lote de cinquenta, há quarenta anos, como prenda de casamento, a uma de nós (desencantem-se as casadoiras donzelas: estamos todos fora do prazo de validade, com excepção de uma irredutível aldeia gaulesa...). Foi colhido e feito em Freixo de Espada à Cinta, nos limites da zona demarcada do vinho do Porto e dele não se sabe mais. A sua idade exige os carinhos de um ansião e tem que ser apreciado nessa perspectiva. Na comparação com os vinhos modernos, Perry Mason apenas diria no further comments.
É uma preciosa peça de arqueologia vinícola.
Grand’ Arte Alvarinho 2002
Muito floral e de travo aromático. Frio, vai melhor. Quando a temperatura sobe, fica mais doce. Talvez demasiado doce. Sublinhe-se a circunstância de, sendo produzido fora da região demarcada, se bater de igual para igual com os restantes alvarinhos do mercado. E, last but not least, sai cum laude.
Pontuação
Ana: 15,5
LP: 16
PV: 15

terça-feira, agosto 03, 2004

Deu la deu – Alvarinho 2003
Consistência e equilíbrio com a adstringência certa. Algo seco, é mais delicado que o comum dos Alvarinhos, dos quais tem o carácter, sem ter a sua exuberância.

Burmester LBV 1998
Picante e discreto, este Porto é incisivo e mais elegante que vigoroso. Tem a distinção dos grandes vinhos.

segunda-feira, agosto 02, 2004

Grand'Arte Touriga Nacional 2001
É um grande complexo de sabor a remédio, amora, baunilha e chocolate. Cola-se a afirma a sua enérgica presença. Deu grande luta a excelente picanha.

domingo, agosto 01, 2004

Quinta do Ameal Loureiro 2003
Impacto frontal de acidez fresca. Mais subtil que directo. Seco e delicado. Bom aperitivo.

Dalva Vintage 1994
Picante e mastigável, mas não permanece. Isto é, a impressão inicial deste Porto é agradável, mas sofre de morte súbita e não tem sequência.

sexta-feira, julho 30, 2004

Terras do Pó 2003
Tinto que desliza muito bem e satisfaz. Travo muito intenso de fruta.

Quinta da Lixa Loureiro 2003
Verde frutado e consensual, com corpo muito equilibrado.

Dalva LBV 1998
Porto superior, mas curto. Bebe-se bem. Tem o picante certo para depois do almoço de verão. Harmonia muito agradável.

Vinha Conchas Tinto 2003
Concentrado de vinho, potente e expansivo. Enche a boca e é um excelente compromisso preço qualidade.

Grand'Arte Trincadeira 2003
Forte e denso, mas nada rude. Corpulento e quente. Grande adversário para um almoço prolongado.

quarta-feira, julho 28, 2004

Quinta da Lixa Vinho Verde 2003
Sólido e rico. Impõe-se pela frescura, mas é também muito consistente. Também tem que destacar-se a versatilidade. Acompanha bem com qualquer coisa. Não vai é sozinho. O vinho do espírito do verão.
Pontuação
LP: 16
Ana 15,5 e não mais porque não é feminino
F: 16,5, pelo excelente preço
PV: 15,5


Vinha Padre Pedro 2001

Não é fácil encontrar um tinto com um ramalhete tão policromado de aromas. Bebe-se com a agradável curiosidade de quem não resiste à tentativa de descobrir e desemaranhar sabores.

Dalva LBV 2000
Este não é um Porto clássico. Travo a ervas aromáticas. Mesmo muito fresco (imprescindível), sabe ao calor do verão.
Pontuação
LP: 17,5
PV: 17

terça-feira, julho 27, 2004

Comparativo Rosé
Experiência sazonal de uma noite de verão.


Quinta da Giesta 2003
Rosé vinificado a partir de uvas de touriga nacional, desengaçadas algumas horas após a maceração. O aroma é muito floral, mas masculiniza-se na prova. Travo consistente, apesar de o vinho ser leve, fresco e adocicado. Não é um leviano rosé de verão.
Pontuação
Ana: 15
LP: 15,5
PV: 15

 
Vinha da Defesa 2003
Tem personalidade e corpo. É de facto vinho, feito de uvas tintas. Talvez peque pelo excesso de açúcar que, se não estiver gelado, lhe dá um travo pastoso e acre. Bom vinho de verão.
Pontuação
LP: 15
A: 15,5
F: 14,5
PV: 14


Sairrão – Quinta do Picoto 2003
A frescura é a nota mais saliente. Por isso, deve beber-se muito frio, para não se tornar pastoso. A frescura não afasta alguma complexidade no sabor, que lhe dão personalidade. Ligeiro, é um agradável vinho de verão.
Pontuação
Ana: 14
LP: 13,5
PV: 13


Murganheira Rosé 2003
O vinho está bem feito. É leve e fresco. Tem espírito de férias de verão e bebe-se bem. Mas não convence.
Pontuação
Ana: 11,5
LP: 13
F: 12
PV: 12
 
Quinta do Castelinho Rosé 2003
Nota-se muito que é feito de castas tintas. Acre e um pouco duro, a raiar o rude. O Douro não está feito para rosés.
Pontuação
Ana: 11,5
LP: 12,5
PV: 12
 
Vale dos Pombos, Rosé 2003
Muita acidez, em pouco corpo. A Quinta da Lixa sabe fazer melhor.
Pontuação
Ana: 11
LP: 12,5
PV: 11,5
  
Vale dos Pombos, Espadeiro 2003
Fusão de vinho verde com rosé. Feito de uvas tintas (parece impossível fazer-se rosé de um vinho tão duro), é fugaz e muito leve. Tão leve que nem se dá por ele.
Pontuação
Ana: 10
LP: 12
PV: 11

segunda-feira, julho 26, 2004

Quinta da Alorna Reserva 2001
O sabor da terra. Quente e possante. Ribatejano à antiga portuguesa deu grande luta a uma monumental parelha de bifes de vaca.
Pontuação
Ana: 15
LP: 15,5
PV: 15


Solar de la Veja - Verdejo
De Rueda, musculado e com corpo, vegetal e herbáceo. Dizia a Ana que “na relatividade da refeição ganha mais do que objectivamente poderia conseguir conseguir, noutro contexto”. Serviu, na perfeição, para acompanhar umas beringelas fritas e um camembert rebozado, aquelas segundo Francisco José Viegas e este, ainda segundo o Chico Zé, de Pepe Carvallo.

domingo, julho 25, 2004

Enate 2001
Este tinto de Somontano sobreviveu, sem sobressaltos, às obras da garagem. Sendo um varietal de cabernet-sauvignon e merlot, domina o primeiro, o que se nota no corpo e intensidade. O cabernet dá-lhe também o travo e o aroma insidiosos, característicos da casta. É um bom vinho,  muito profissional, embora intemporal e apátrida.

sábado, julho 24, 2004

Bom Juiz Reserva 1999
Tinto do terroir (Adega Cooperativa de Reguengos), com travo a groselhas pouco maduras, a lembrar um vinho jovem. É também jovem a sua adstringência. Quanto ao demais, é um vinho alentejano, de botas e capote, que deve beber-se arrefecido para compensar a intensidade.

Quinta do Castelinho Porto LBV 1996
Aroma algo alcoólico. Este vinho veio de pipas com grande experiência, e ainda teve uma evolução na garrafa. Harmonioso e não dissonante, é discreto e não dá nas vistas. Alguma fruta, que lhe dá frescura – ou será o inverso ? Conjunto delicado mas com suficiente vivacidade para o tornar interessante.

quinta-feira, julho 22, 2004

Pinga do Lavrador, sine data
Da Adega Cooperativa de Vila Flor. Chega de shelf-cleaning! Hoje mesmo vou às compras.
PS: este é menos mau que os anteriores. Com Seven-Up talvez dê um bom vino de verano.

Casa do Arco 1994
O fado do terroir de Valpaços, onde este vinho foi colhido, diz que “pais ricos, filhos nobres e netos pobres”. Este tinto, herdeiro de uma grande tradição de Colheitas e de Reservas, bateu no fundo. Dez anos depois, está imbebível.

quarta-feira, julho 21, 2004

Verdejo Martivilli 2002
Um Rueda espesso e muito vegetal, com travo de fruta muito madura e intensa. Foi provado no verão de 2003 (post de 18 de Agosto) e LP previa que ganharia com a passagem do tempo. Até agora, não parece. A menos que tenha sido prejudicado pelas obras na garagem.
 
Messias Seco Aloirado
Este Porto, não datado, mas há seguramente mais de trinta anos na garrafeira paterna, é extraordinariamente seco. Chega a ser agreste e antipático. Talvez vá bem com um cubito de gelo.

segunda-feira, julho 19, 2004

Vinho do Primo Júlio
Colheita privada, de 2002. Vinho de lavrador, espesso como café – aliás, tem uma suspensão parecida com a do café de saco. Dantes, era vinho novo. Agora é vinho novo envelhecido. Fresquinho, ainda foi. Se não estivesse assim, gelado, não serviria para acompanhar a salada: deitava-se nela. 
  
Adega Cooperativa Ponte da Barca - Tinto
O verde tinto é sempre uma experiência alternativa. Independentemente da temperatura, parece sempre fresco. Este é verdasco e tem adstringência total, com travo de uvas pouco maduras. Quanto à prova, pouco mais se lhe nota. É sempre um refresco (de 9,5% de teor alcoólico) para quem não quer beber vinho.
 
Encostas do Rabaçal, Touriga Franca 2002
Varietal da Adega Cooperativa de Valpaços, com 14% de teor alcoólico. Granuloso e vegetal. Parece ainda estar em evolução e, portanto, parece inacabado. Curiosamente, tem o traço mineral dos vinhos à antiga portuguesa.

terça-feira, julho 13, 2004

Com a devida vénia, transcrito de Epicurista:

Comparativo Pilsener - Berliner versus Beck´s - A primeira é mais levezinha. A segunda parece mais acre e menos delicada, a revelar um travo mais bávaro que prussiano. Talvez esteja mais próxima do modelo checo (com origem em Plsen, remember ?). A Berliner é menos intensa e picante que a outra e talvez tenha mais gás. Ambas sao frescas (a Beck´s mais) e adequadas para esta altura do ano.

Comparativo Chimay
Para alguns, esta é a melhor cerveja belga. Para outros, é de facto boa, mas reparte o título com outros dois menmbros de um triunvirato também composto pela Leffe - mais cosmopolita e polida -, e pela Duvel - de que é mais fácil gostar e é a mais popular, na Bélgica (ao administrador do blog recorda-se que lhe assiste o direito - e mesmo que não assistisse, tem a possibilidade técnica -, de salvaguardar o bom gosto…).
Proposta Epicurista: degustar comparativamente as três gamas de Chimay produzidas pela abadia de Scourmont (uma das várias Trappiste).
A Chimay dita normal, ou Premiére, de rótulo vermelho escuro, tem 7º e cor suavemente escura. Quanto à Chimay Tripel, de rótulo branco, tem 8º graus e é a mais clara de todas, ligeiramente ambrée. Por último, a Chimay Grande Réserve, de rótulo azul, tem 9º e é escuríssima. Aquela que foi sujeita a prova era de 2004.
Na prova, todas elas têm um potentíssimo primeiro embate. Depois, apercebe-se a sofisticação e a subtileza. A cerveja é densa, consistente e tem uma complexidade de sabores quase inabarcável. Quanto às nuances, a Chimay Premiére é mais linear. É também a mais doce e (Gabriel Alves dixit) mais fácil de interpretar. A Tripel é mais suave e urbana. Quanto à Grande Réserve, vem das profundezas da Abadia. É mais picante e frutada que as restantes.

Bush Ambrée
A mais alcoolizada de todas as incontáveis cervejas belgas. Caramelizada e espessa. Tal como o seu homónimo, é poderosa (12 graus). Tal como o seu homónimo, é de produção caseira e familiar. Tal como … (don’t say it) … é rude e bruta. Apesar de tudo, vá lá saber-se porquê, seduz
Labirinto, Alvarinho 2002 - Monção, 12º. Aroma floral, muito intenso. Não tem inteira correspondência na prova, menos impressiva. Algo redondo e, portanto, discreto. Saboroso e agradável. É mais fresco que a generalidade dos alvarinhos.

Benjamin Sec Codorníu - Cava de grande consumo, carnudo e espesso, com travo de maçãs maduras. Aperitivo consistente, a acompanhar com fuet catalão.

quarta-feira, junho 30, 2004

Monte Velho Tinto 2003 - O calor do Alentejo. A extrema juventude e as insistentes arestas de adstringência impedem para já que se lhe descubra a alma. É um vinho pret-a-porter, com uma boa relação preço/qualidade.

terça-feira, junho 29, 2004

DFJ Alvarinho Chardonnay 2002 - Travo intenso e algo sofisticado, mas sem atingir a excelência. Poderoso, mais do que se espera de um branco. É um branco mestiço de tinto, sem acidez nem frescura.

Mayoral Syrah 2002 - Vinho de Jumilla, quente mas sem a alma profunda que se encontra habitualmente num syrah. Dito de outra forma, dócil e delicado.

Poças Quinta de Santa Bárbara, LBV 1999 - Porto másculo, com um impacto inicial que abala. Densidade envolvente, com muita adstringência que o arrefecimento atenua. O travo de maçãs bravo de esmolfe domina e permance, mesmo com decantação e abertura antecipada. Já se bebe com muito agrado, mas pode também guardar-se.

domingo, junho 20, 2004

ATÉ OS BEBEMOS, CARAGO! - Em dia de jogo sofrido contra Espanha, a escolha do LP, de um Carchelo Crianza 1998 (um Jumilla de 13,5º), foi acertada. Antes da saída para a rua, para os festejos, o aroma estava portentoso e a densidade era sofisticada. Depois da agitação, com as bandeiras e as buzinadelas, ficou o travo másculo, mui señorito e digno. Buen vino.
Finca Flichman Syrah 2002 - Um vinho de verão não deveria ter 14,5º nem ser consistente e espesso. Este, porém, produzido na região de Mendoza, Argentina, para syrah é light. Arrefecido e sem acompanhamento vai bem em qualquer esplanada. É muito mais sofisticado que uma cerveja e não tem os inconvenientes de outras bebidas mais alcoolizadas.

Señorio de Subiela 2002 – Apesar de ser um rosado , navarro, não é aguado e é algo seco. É liso e não tem os sobressaltos e as irregularidades habituais num rosé. Se eu fosse o Pedro Tochas diria que é um rosé mesmo para quem não gosta de rosé.

Alambre 1999 – Moscatel de Setúbal. Se estiver geladinho, é uma sobremesa muito agradável. Equilíbrio fantástico entre o travo frutado e doce e a intensidade alcoólica.

sábado, junho 12, 2004

Quinta do Encontro, 2001 – Um espumante da Bairrada bruto, no tipo, mas muito polido no trato. Equilibrado e delicado. É o espumante da casa na Quinta da Belavista. O chefe Vítor Sobral não brinca em serviço.

Rogenda Branco 2001 – Tem aquilo que mais se espera de um branco de verão: frescura (vem do viosinho). Mas não concede na sofisticação (também tem malvasia fino) e no toque moderno (do chardonnay, claro, e do estágio nas barricas novas de carvalho francês), bem assumido pelos 13,3 grauzitos.

Dolium, Reserva Tinto 2000 – Regional Alentejano, quente e envolvente. Não deixa espaço livre na boca. Depois de bebido, arrasta-se até ao palato com a tranquilidade de uma tarde à sombra de uma azinheira.

Porto Poças Vintage 1996 – É o ano do nascimento do Francisco e a primeira comunhão justificava o desfalque ao pecúlio que ele ainda desconhece. Vinho elegante e sofisticado. Madura consistência, no ponto. Para ser bebido. Quando o Francisco receber o que sobra do resto da caixa, salva-se a data impressa.

Veritas Meritage 2002 – Tinto da Virgínia (o que confirma que há vinhos decentes na costa leste da América do Norte). Este, é adocicado e delicado. Se quente, impregna-se e cola. Frio, os taninos sobressaem e fica mais sério.

Palácio de Bornos, Verdejo, Rueda, 2002 – É vegetal e voluptuoso, algo amanteigado. Deve beber-se só, sem acompanhamento, porque gosta de ser protagonista e não deixa espaços em branco.

Vinha Conchas, Regional Estremadura 2003 – Tinto de estilo moderno, prontinho a beber. Apela a fruta quente que enche a boca, com taninos equilibrados, para a idade. Por 3 € está bem.

sábado, junho 05, 2004

Marques de Arienzo, Rioja Crianza - Apesar dos 13 graus, é um Domecq de verão, ligeiro e pouco sofisticado. Aguenta bem a evolução da temperatura exterior, desde que é servido, mantendo-se agradável (o que nesta altura do ano não é despiciendo). Personalidade marcada mas não de forma a ser incompatível com as descontraídas tapas do Lizarran.

Taylors LBV 1999 - A matriz deste novo LBV da casa que inventou a ideia, há mais de trinta anos, já não surpreende. É coerente com os anteriores e consistente (e, há que dizê-lo com toda a frontalidade, convincente). Equilibrado e harmonioso, não consegui encontrar nenhum reparo para lhe fazer.
Valduero, Reserva 96 - Um ribera del duero de aroma intensíssimo. É, talvez, aquilo que mais chama a atenção. O corpo é mais curto, dura menos. Não obstante, é rico e muito composto, sem arestas.

Vallado Tinto 2000 - Quando se apercebe o aroma, muito achocolatado, parece estar-se perante um porto. No geral, este vinho é um proto-porto, com 14,5 graus e uma enorme potência intrínseca. É da categoria José Mourinho : não estamos preparados para um perfil deste tipo.

domingo, maio 30, 2004

Finca Flichman, Malbec 2003 – Este tinto da zona de Mendoza (Argentina) esconde muito eficazmente os 13,5 graus. É discreto, mas tem um aroma frutado muito senhoril. Não enche a boca mas os taninos arrastam um agradável final. É ligeiro e está pronto a beber, o que é notável num vinho tão jovenzinho. Experiência agradável, de uma casta que os franceses usam para equilibrar e compensar as características de outras e não tem tido direito à primeira fila.

quinta-feira, maio 27, 2004

Porto Ferreira LBV 1997 - Em noite europeia qualquer Porto teria receptividade. Este, é delicado e suave. Os taninos marcam o final, deixando alguma vontade de outro trago. Não é um "monstro" mas está ao nível da final de Genselkirschen.

quinta-feira, maio 20, 2004

St. Sebastiaan Grand Cru – Cerveja belga de abadia. Não se notam os 7,6º de teor alcoólico, por estarem bem mascarados sob uma enorme delicadeza elegante.

Quinta do Cerrado 2001, Malvasia Fina – O impacto inicial é seco e agreste, mas depois, enquanto se degusta, ganha complexidade e tudo termina num gracioso ramalhete de aromas vegetais.

Edge 2001 – Cabernet-sauvignon da Califórnia, com 14,2º de teor alcoólico. É um cabernet puro e duro, com travo de terra e ervas. Tem alguma complexidade, mas é frívola e pouco estruturada, que se esvai num final inexistente.

Quanta Terra, tinto 2001, Douro – Mais um vinho fortemente alcoolizado (14,1º). Picante e denso de aromas. É um rico vinho, muito mais ricamente descrito em Epicurista.

Alion Cosecha 1996 – Sofisticação e elegância. Embora esteja em final de carreira é ainda um senhor.

segunda-feira, maio 10, 2004

Pousada LBV 1997 – O corpo acusa a passagem do tempo, mas o espírito manteve-se vivo. Aliás, parece que ficou mais picante. O final, é vincado.

Domaine Moulin de Péries, Syrah – No início, parece que a vigorosa raça da casta está completamente domesticada, mas depois, nos cantos da boca, verifica-se que a pujança não aguenta. E o verniz francês estala.

Marquês de Marialva, Branco 2001 – Acre e seco, intenso e herbáceo. Talvez um pouco rude. Corresponde ao lugar dos marqueses, na escala da nobreza.

Porto Real Companhia Velha Vintage 1982 – Se o empregado do Café Luso não atestou a garrafa – porque será que ocorre tal ideia ? – este porto está delicado, mas sem força. Já teve melhores dias.

Carvalho Gomes Tinto Colheita Seleccionada 2001 – Quente e macio. O travo de groselhas, algo abaunilhado, fica na boca num final persistente.

Xisto Preto – Este tinto da Adega Cooperativa de Alijó ficaria seguramente bem posicionado na lista de “os melhores tintos por menos de 1 €” (custou 0,89 €, em promoção). Dentro do género, não é dos piores. E agora, que o verão se aproxima, traçado com gasosa, é capaz de ir bem…

sábado, maio 08, 2004

Vila Santa, Tinto 2000 - Delicado sabor a campo, resultado da composição de aragonês, que lhe dá carácter, trincadeira, que lhe dá aromas, cabernet, que lhe dá corpo e alicante bouschet, que lhe dá corpulência.

Tapada de Coelheiros, Chardonnay 2002 - Amanteigado moderado e por isso não untuoso. Sofisticado e consistente. É um vinho moderno, com personalidade bem marcada. Bom vinho.

Porto Poças Vintage 2000 - Excelente corolário, para dia de aniversário. É delicado, mas potente. A aspereza está arredondada e torna-se virtude, atingindo um bom equilíbrio. Másculo, sem ser rude. Quem disse que o vinho de porto deve ser velho ?

quinta-feira, abril 15, 2004

Pago de Carraovejas Crianza 2001 - Vem da Ribera del Duero este tinto, da Liga dos Campeões. Fruta, muita fruta. Personalidade forte e intensa. Travo de chocolate e cerejas maduras.

quarta-feira, abril 14, 2004

As últimas, da temporada pascal.

Pera-Manca branco 2001 - Tão perfeito que até incomoda. Frescura moderada, que não esconde os aromas intensamente frutados, que se arrastam calmamente na boca.

Palmela tinto 2000, engarrafado para o Pingo Doce por Ermelinda de Freitas. Aroma encrespado e envolvente. Castelão francês, como todos, vivaço e acentuado.

Conde de Vimioso, tinto 2001 - Um João Portugal Ramos, muito agradável e bem feito. Equilibrado e ligeiro, deixa na boca notas picantes.

Porto Poças, Vintage 2000, engarrafado especialmente para o Sr. Dr. Manuel Verdelho, a 30 de Março de 2004 - Boca cheia de aromas ainda selvagens e indomados, mas que aderem à boa e ficam, ficam, ficam.

sexta-feira, abril 09, 2004

Valpaços, Casa do Arco 1980 – Muito mineral. É o que sobra de um vinho bem feito, mas velho.

Beaujolais, Cuvée Rosette 2002 – Vinho de fast drink, como todos os beaujolais. Plastificado, quase aborrachado.

Aliança Clássico 1998 – Tinto regional beiras. Outro vinho mineral, algo vinoso.

Pazo de Barrantes, Albariño Rias Baixas 2002 – Acidulado, com complexo travo de citrinos. Deve ser bebido em copo fechado, para disfrutar do rico complexo de aromas. Excelente.

Encostas do Rabaçal, Trincadeira Preta 2001 – Com 15 graus, é agressivo e robusto, com muitas arestas.

Porto Pousada LBV 1997 – Já teve mais vivacidade e terá, porventura, já atingido o seu melhor ponto. Continua complexo e rico. Travo de cerejas com grande intensidade. Perdeu algo de corpo. Mas continua muito agradável.

Martin Códax, Albariño 2002 – Grande equilíbrio entre a frescura e a corpulência. Intenso e sofisticado.

Hacienda Monasterio Crianza 1999 Ribera del Duero, com 14 graus. Vinho fantástico, com um impacto inicial muito forte, que depois revela frutas silvestres. Puro e duro.

Quinta da Urze, Touriga Franca, 2001 – pujante e intenso, portentoso, dizia o Causidicus.

Palmela Reserva 2000, engarrafado por Hero do Castanheiro para o Pingo Doce – O castelão francês não é consensual, mas enche a boca com a sua aspereza.

Valpaços Reserva 1970 – Tal como um carro antigo. Os carros antigos não são confortáveis, nem agradáveis de conduzir. Consomem muito. E outras coisas más. Mas são uma relíquia.

sábado, abril 03, 2004

Valle Pradinhos, Branco 2001 (II) - A fazer lembrar a velha anedota do reaccionário papagaio de Álvaro Cunhal, que passou 3 dias no congelador, este vinho, três dias depois de aberto, conservado no frigorífico, ficou mais dócil e civilizado. Algo turvo, também, talvez a revelar anterior fermentação interrupta. Em Trás-os-Montes, onde foi colhido, dir-se-ia que é boa pinga!.

sexta-feira, abril 02, 2004

DFJ Alvarinho/Chardonnay 2003 – corpo e estrutura do primeiro, sem o amanteigado do segundo.

Moscatel de Setúbal JP DOC 1994 – Robusto e encorpado.

Pasmados 2000 – Vinho Regional Terras do Sado, José Maria da Fonseca. Branco alimonado e fresquíssimo; apaladado e consistente. Rico vinho.

Grand’ Arte Trincadeira Preta 2000 – 14, 5 graus, que o fazem alicorado e doce. Aquecendo, fica picante e encorpado.

“Dominus Double” – cerveja belga, brune, de abadia (Koningshoeven). Adocicada, com travo de citrinos verdes. Caramelo discreto, a tender para o agridoce.

Luís Pato – Bruto Maria Gomes – muito floral, com marca de tangerina.

Quinta da Viçosa – Sirah e Trincadeira. Um João Portugal Ramos. A fortaleza da sirah define o perfil do vinho, mas não prejudica a riqueza da trincadeira. O resultado é carnudo e áspero.

Churchil’s Vintage Character 1998 – Muito apimentado, mas doce.

quinta-feira, abril 01, 2004

(Recuperando o tempo perdido)

Valle Pradinhos, Branco, 2001 - Adocicado e fresco, apesar dos 13 graus. Será, talvez, do calendário, mas sabe a final de manhã de primavera, num campo de flores; o travo das flores, por magia, fica na boca.

Alvarinho Espumante 2001 - Quintas de Melgaço - Aromático e saboroso. Ao contrário da generalidade dos espumantes, apetece beber. Lembra fruta, mas é picante (no sentido gasoso). Rico e consistente, sem ser duro e bruto.

Grande Arte 2000, Touriga Nacional - Estes vinhos DFJ, de nova geração, são pujantes e intensos. Os 14 graus deixam o provador arrumado.

Casal da Eira, Branco, em tetra brik - A Manuela usa esta "mistura de vinhos da C.E." (sic) para temperar a carne que há-de ir ao forno (receita do LP). A curiosidade foi mais forte. Fica a pergunta : será feito de uvas?

Chaminé 2001 - Carnudo e picante. Fica na boca. Não obstante, é ligeiro.

Chaminé 2002 - Fresco. Talvez ainda fresco. Há que dar-lhe tempo. Nota-se já o aroma rico.

Montes Alfha, Cabernet Sauvignon 1998 - VInho chileno, D.O. Santa Cruz Valley. Coisas do Corte Inglês. É elegante e encorpado, consistente e enobrecido pela idade e pelo envelhecimento em carvalho francês.

segunda-feira, janeiro 26, 2004

"Taylors LBV 1999" - Porto doce e acentuadamente picante. As castas durienses são muito salientes. Travo a cerejas, dizia o Zé.

"Dow's Vintage 2000" - Este Porto pode já beber-se perfeitamente. No entanto, permanece muito áspero. O travo alcoólico ainda não deixou libertar o aroma a ginjas.

"Quinta do Portal - Moscatel" - Clarinho e de cor aquosa, este moscatel é frutado e floral. Mais ligeiro que o tradicional moscatel de Favaios. Consequência do método de vinificação (bica aberta). Neste contexto, sem ser corredor de fundo, é sprinter.

"Frontaria Douro 2000" - Tinto da Quinta do Portal. É uma segunda marca da casa, que acabou por ocupar o lugar de vinho oficial dos Encontros Enológicos do Norte de Portugal de 2004. Fresco e escorregadio, bebe-se bem. Como dizia o João Mansilha, melhor para quê?"

"Ensaios FP - Espumante Tinto Bruto" - É uma experiência de Filipa Pato, que goza de juventude, simpatia e modéstia que vai escasseando (a afirmação é do Zé, mas eu confirmo). Do seu pai terá herdado, senão outras, a curiosidade de experimentar. Este vinho misto de tinta roriz e jaen, tem aroma adocicado, típico dos espumantes, mas esta doçura não se transporta para a boca. Pelo contrário, revela-se um puro espumante bruto, denso e complexo.

terça-feira, janeiro 20, 2004

"Porto Ferreira, LBV 1997" - Porto de grande qualidade, elegante e consistente, dizia o LP. Equilibrado, já está pronto a beber.

"Esporão Syrah 2001" - Os 15 graus de teor alcoólico, como um manto, cobrem tudo, achava o Zé. Com o tempo, se servido num copo largo, abre e torna-se consistente e estruturado.

segunda-feira, janeiro 12, 2004

"Esporão Touriga Nacional 2001" - Nariz cheio e agressivo. Embora esteja pronto a beber, ganha se estiver alguns minutos em convívio com o ar num copo grande e aberto. Depois, revela-se um grande vinho, másculo mas equilibrado e harmonioso.

sexta-feira, janeiro 09, 2004

"Calços do Tanha - Touriga Nacional 2001" - Denso e apimentado. Muito picante, dizia a Sara. Poderá guardar-se por mais algum tempo. A beber-se, que o seja em copos muito abertos.

"Moët & Chandon, Millesime 1990" - Espumante notável, com forte travo de maçãs, talvez bravo de esmolfe. Final de caramelos espanhóis.

"Porto Graham's Malvedos 1988 Vintage" - Vinho muito composto. Equilibrado e denso. Chocolate picante, que quase se mastiga.

"Porto Churchill's 1988 LBV" - Espesso, vivo e rico.

"ME e JBC Sellections Douro 2001" - Muito acre, amargo mesmo. Nota-se a madeira verde. Espesso como se fosse um Porto, mas mais incisivo.